Os transtornos alimentares são condições psíquicas que causam alterações nos comportamentos relacionados aos hábitos alimentares, tendo como foco a busca pelo corpo ideal. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), essas patologias são comuns e afetam cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente mulheres adolescentes e adultas. Os transtornos alimentares mais conhecidos são a anorexia, a compulsão alimentar e a bulimia nervosa, que será o foco deste artigo.
A bulimia nervosa é um distúrbio alimentar em que o indivíduo busca estratégias para emagrecer rapidamente e alcançar o corpo ideal. Entre essas estratégias estão a indução de vômito, o uso de laxantes, o consumo de grandes quantidades de cafeína para acelerar o metabolismo e a prática exagerada de exercícios físicos. Geralmente, essas tentativas de perda de peso são acompanhadas de episódios de compulsão alimentar, em que há um consumo exagerado e rápido de alimentos.
A pressão estética imposta pela sociedade, aliada à distorção corporal e à baixa autoestima, são os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da bulimia nervosa. No entanto, cada paciente pode ter fatores específicos que desencadeiam o transtorno, tornando-o bastante complexo.
Existem alguns comportamentos e indícios que podem alertar para a presença da bulimia nervosa. Entre eles estão a ingestão exagerada de alimentos sem ganho de peso, idas frequentes ao banheiro logo após as refeições (podendo indicar vômitos autoinduzidos), uso de laxantes e diuréticos sem prescrição médica, prática de dietas muito restritivas intercaladas com momentos de compulsão alimentar, distúrbios depressivos, de ansiedade, comportamento obsessivo compulsivo, automutilação, obsessão com exercícios físicos, isolamento social e preocupação constante com o peso.
Se você perceber esses comportamentos em alguém, é importante iniciar uma conversa empática e sem julgamentos, demonstrando apoio. Também é fundamental indicar a avaliação de profissionais da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, pois a bulimia nervosa é uma condição psíquica que exige tratamento especializado.
Outro distúrbio alimentar comum é a anorexia nervosa. A principal diferença em relação à bulimia é que, na anorexia, o paciente restringe ao máximo a quantidade de comida que ingere, podendo consumir poucas calorias por dia ou até mesmo não comer nada, mantendo longos períodos de jejum. Isso leva a um risco constante de desnutrição, afetando tanto a saúde física quanto a mental.
É importante ressaltar que uma pessoa pode apresentar tanto a bulimia nervosa quanto a anorexia nervosa, e buscar ajuda profissional é fundamental para o tratamento desses transtornos.
Com o auxílio de especialistas em saúde mental e de mais de 60 outras especialidades médicas, é possível buscar ajuda através do Cartão dr.consulta, que oferece condições especiais para o titular e mais 4 pessoas, sem restrição de idade ou parentesco.
A bulimia nervosa é um transtorno alimentar grave que pode causar danos tanto ao corpo quanto à mente. Não há uma forma de prevenção específica para o surgimento desse transtorno, mas é importante que a sociedade como um todo trabalhe para mudar as percepções sobre o padrão de beleza e corpos desejáveis, combatendo a pressão por magreza e o estigma relacionado ao ganho de peso.
A bulimia nervosa pode causar uma série de problemas físicos, como refluxo gastroesofágico, inflamação e ruptura do esôfago e estômago, úlcera gástrica, constipação ou diarreia, problemas cardiovasculares, osteoporose, fadiga, erosão dentária e sofrimento psicológico grave, inclusive levando a tentativas de suicídio. Portanto, é essencial buscar ajuda médica assim que o transtorno for identificado.
O tratamento da bulimia nervosa é multidisciplinar e envolve profissionais da saúde mental, odontologia, nutrição, otorrinolaringologia e gastroenterologia. Os dentistas são responsáveis por tratar os danos causados ao esmalte dos dentes devido aos vômitos frequentes, enquanto os nutricionistas ajudam a tratar a desnutrição e oferecem orientação para uma alimentação equilibrada. Os otorrinolaringologistas tratam lesões na garganta decorrentes do vômito e os gastroenterologistas cuidam das sequelas no sistema digestivo.
Além disso, o apoio familiar é fundamental durante o processo de identificação e recuperação da bulimia nervosa. É importante que a família ofereça uma escuta ativa e empática ao paciente.
O diagnóstico e o tratamento da bulimia nervosa podem ser agendados de forma ágil e prática em uma clínica médica. Busque informações sobre opções de tratamento adequadas para você ou para alguém que você conheça.