Dando suporte a indivíduos com transtorno afetivo bipolar: dicas e orientações.

Você já deve ter ouvido falar sobre o transtorno afetivo bipolar (TAB) e, provavelmente, com alguns equívocos ao seu redor. Muitas vezes, a bipolaridade é reduzida a alterações de humor bruscas ou aleatórias, mas na realidade é um distúrbio psiquiátrico muito mais complexo. O TAB envolve intensas transições de comportamento que podem gerar situações perigosas.

De acordo com a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA), o diagnóstico correto do TAB pode levar quase 10 anos, apesar de haver cerca de 140 milhões de pacientes no mundo. É fundamental entender mais sobre o transtorno e como acolher as pessoas que enfrentam essa condição.

O TAB é um distúrbio psiquiátrico caracterizado pela alternância de humores, em que o paciente passa semanas em um estado eufórico de arrogância e poder, sem dormir. Em seguida, ocorre uma fase de depressão com desânimo, apatia e cansaço. As causas exatas do transtorno ainda são desconhecidas, mas a hereditariedade e as alterações em neurotransmissores podem ser fatores relacionados.

O Ministério da Saúde revela que o TAB geralmente se desenvolve antes dos 30 anos, e alarmantemente, 50% dos portadoras tentam suicídio pelo menos uma vez. Os sintomas da mania incluem sensação de bem-estar extremo, pensamentos acelerados, impulsividade, necessidade de movimento, insônia e aumento da libido. Já na depressão, os sintomas incluem fadiga, apatia, dificuldade de concentração, pensamentos recorrentes de suicídio, cansaço, ansiedade e irritabilidade.

O TAB pode se manifestar em diferentes tipos: Bipolar tipo 1, Bipolar tipo 2, Ciclotimia e Não Especificado. Cada tipo apresenta suas próprias características e duração de episódios de mania e depressão. O diagnóstico deve ser feito por um profissional da saúde especializado.

Acolher pessoas com bipolaridade envolve oferecer suporte emocional e compreensão. É importante ter educação sobre o transtorno e estar disposto a ouvir e aprender. Evitar o estigma e julgamento é essencial para que os indivíduos se sintam acolhidos. Oferecer apoio familiar e incentivo para buscar tratamento adequado também são formas de ajudar.

Lidar com o transtorno afetivo bipolar envolve desfazer mitos e preconceitos através do combate à desinformação. É importante estabelecer um ambiente saudável tanto para as pessoas que sofrem com esse transtorno como para aqueles que convivem com elas.

1. Fique atento aos sinais iniciais: Durante os episódios de mania, os indivíduos nem sempre percebem que suas ações são resultado do transtorno de humor. Alguns podem acreditar que estão curados e não necessitam mais de medicação, o que é extremamente perigoso. Portanto, é importante estar presente e ajudar a pessoa a reconhecer os sintomas e a se manter segura. Manter um contato regular com os profissionais que realizam o acompanhamento também é essencial.

2. Identifique os gatilhos do transtorno: Existem situações que podem piorar consideravelmente o quadro do paciente bipolar. Mudanças bruscas na rotina, consumo excessivo de álcool, traumas, problemas financeiros, ingestão de cafeína e conflitos em relacionamentos são exemplos de gatilhos que devem ser observados. Ao perceber que a pessoa está passando por momentos desse tipo, ofereça ajuda e apoio até que a situação se estabilize.

3. Cuidado com comportamentos perigosos: Durante episódios de euforia, os pacientes podem se colocar em situações de risco, como dirigir de forma imprudente, se relacionar com pessoas desconhecidas ou usar drogas. Nessas circunstâncias, é importante prestar atenção redobrada à pessoa bipolar e observar detalhes de sua rotina.

4. Esteja atento aos sinais de ideação suicida: No polo oposto da bipolaridade encontra-se a depressão, que pode levar a pensamentos suicidas. É crucial ficar alerta para sinais de que o paciente está considerando tirar a própria vida, como tentativas de resolver assuntos pendentes, doação de pertences pessoais, tentativas de reconciliação e isolamento social. Além disso, comentários irônicos, como “preferiria estar morto” ou “todos estariam melhores sem mim”, devem ser levados a sério.

5. Tenha paciência e atenção: A instabilidade emocional é uma característica marcante dos bipolares, o que pode gerar estresse para aqueles que convivem com eles. É importante lembrar que algumas atitudes são resultado do transtorno e não uma intenção de magoar ou ferir. Portanto, ter empatia e paciência nessas situações é fundamental.

6. Ouça o que o outro tem a dizer: Ser um ombro amigo e um companheiro confiável é muito importante para o bem-estar das pessoas com transtorno afetivo bipolar. Portanto, ouvir sem julgamentos e demonstrar disponibilidade para enfrentar as dificuldades cotidianas ao lado da pessoa são atitudes essenciais.

7. Mostre que a pessoa é capaz: Nos momentos de extrema tristeza, aqueles que lidam com o transtorno podem se sentir incapazes de realizar até mesmo as tarefas básicas de autocuidado e higiene. Nesses momentos, é crucial mostrar a força e a capacidade do indivíduo, incentivando-o a realizar essas atividades.

Quando se trata do transtorno afetivo bipolar, é fundamental entender como lidar com essa condição.
Uma das principais formas de ajudar é oferecer apoio emocional e incentivar o portador a buscar tratamento adequado. Embora não haja uma cura definitiva, é possível controlar a bipolaridade com medicamentos e terapia.

Entretanto, é comum que pessoas com bipolaridade sintam-se desencorajadas durante o processo de tratamento, devido à falta de resultados imediatos. Nesse momento, é importante que a rede de apoio entre em ação e mostre as melhorias já percebidas.

Um apoio valioso pode ser o Cartão dr.consulta, que oferece consultas e exames a preços especiais para o portador do transtorno bipolar e até quatro beneficiários. Além disso, o cartão permite agendar consultas presenciais ou online, tornando o cuidado com a saúde mental mais acessível e prático.

Mas, ao cuidar de alguém com bipolaridade, também é essencial lembrar de cuidar de si mesmo. Para estar presente e apoiar o bipolar, é importante estar saudável fisicamente e mentalmente. Reserve tempo para descansar, aproveitar atividades de lazer, praticar hobbies e relaxar. Faça check-ups regulares, exercite-se e mantenha uma alimentação saudável.

E, se você, como cuidador, perceber sintomas de tristeza, estresse ou ansiedade, não hesite em procurar ajuda profissional, seja com um psiquiatra ou psicólogo. Lembre-se que o dr.consulta está disponível para cuidar também da sua saúde mental. Afinal, todos merecem atenção e cuidado.

Fontes:
Depressão e Transtorno Bipolar | Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA);
Transtorno bipolar afeta cerca de 140 milhões de pessoas no mundo | Ministério da Saúde (MS).

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